FEEDBACK - Por que (e como) mudar

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No processo psicoterápico, o feedback é importantíssimo. Mais frequentemente empregado para traduzir a retroalimentação de dado sistema produtivo, significa, em sentido mais amplo, incluído o do comportamento pessoal, verificar o próprio desempenho e corrigi-lo no que se demonstrar necessário.

Foi, inicialmente, um termo utilizado pelos engenheiros para explicar que uma parte do produto final é utilizada para dar início a todo o processo novamente, seguindo o fluxograma básico: INÍCIO – PROCESSO - PRODUTO FINAL.

No âmbito do comportamento humano, o feedback é um processo de ajuda para mudança de comportamento; é comunicação a uma pessoa, ou grupo, no sentido de fornecer informações sobre como sua atuação está afetando outras pessoas. O feedback torna-se eficaz, na medida em que ajuda o indivíduo (ou grupo) a melhorar seu desempenho e, assim, alcançar seus objetivos.

Nesse sentido, podemos verificar nosso desempenho, através da comunicação com outras pessoas e, dentro do possível, modificarmos nossas atitudes, ao obtermos respostas a determinadas perguntas, por exemplo: como estou agindo? Vocês estão me entendendo? Estou sendo claro?

No entanto, muitas vezes é difícil aceitarmos nossas limitações, e ainda mais admiti-las para os outros. Isto porque nossa imagem pode ser afetada pelo que o outro pensa a nosso respeito. Assim, tendemos a reagir defensivamente: paramos de ouvir, negamos a validade do feedback, agredimos o comunicador, apontando-lhe também seus erros, etc.

A resolução de um problema pode significar descobrirmos e reconhecermos características que temos tentado negar e sobre as quais até mesmo nos recusamos a pensar. Assim como recebemos feedback, estamos sujeitos a emitir opiniões sobre o comportamento de outras pessoas. Ao dar um feedback, temos sempre que levar em conta que podemos não ser entendidos e que a pessoa poderá estar despreparada para recebê-lo. Daí a necessidade de sermos hábeis e honestos em nossa comunicação. Alguns pontos devem sempre ser lembrados:

a)      A linguagem deve ser descritiva;

b)      Deve-se ser específico e não geral, ou seja, evidenciar o momento em que a pessoa demonstrou a atitude sobre a qual está recebendo o feedback;

c)       Considerar a necessidade de quem dá e também de quem recebe a comunicação;

d)      Procurar sempre o momento oportuno;

e)      Deve ser solicitado e não imposto.

                Deve-se, enfim, observar, como regra de vida, o que diz a sabedoria popular, a partir do trecho abaixo, transcrito do texto “Poema de Valor”: “(...) Não se deve pensar mal. Se pensar, não falar; Se falar, não escrever; se escrever, não fazê-lo. Pois tudo o que venhamos a fazer, colheremos. (...)”.

                Não há necessidade de ser um pensador, para saber o quanto um pensamento pode-nos afundar ou ajudar, bastando, para isso, selecioná-lo na mente. Não há necessidade, ao sentir a dor, de ser um belicista ou um orador, para saber que uma palavra é mais veloz do que um projétil; de ser um literato, para saber que uma caneta, em mãos hábeis, vale mais do que uma espada.

Entre nós, criaturas humanas, a possibilidade de manter-se o “clima” de feedback comportamental não constitui, sequer, privilégio de adultos, dado que até uma criança, em certo estágio, pode entender que qualquer atitude, negativa ou positiva, fica sempre com quem a assume.

                Muita cautela, portanto: “atrevamo-nos a modificar atitudes, mas, nem de longe, fujamos à responsabilidade de selecionar qualitativamente a mudança, em cujas consequências estaremos inapelavelmente envolvidos.

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