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♪“Energia Maior, poderoso Orixá, é OXALÁ, a luz que fortalece o nosso Congá (...)!”♫ 

As qualidades divinas essenciais da fé, da geração, da justiça, da lei, do conhecimento, do amor, da evolução são as energias formadoras das sete linhas da Umbanda, manifestadas e regidas por sete Orixás: Oxalá, Iemanjá, Xangô, Ogum, Oxossi, Yori (Ibeji), Yorimá (Almas). Essas forças regentes, que podem até ser chamadas de divindades, por serem a própria manifestação de Olorum – Deus Supremo, o incriado, e irradiam o Axé aos seres humanos (sencientes/sensíveis) com o objetivo nobre de auxiliá-los no cumprimento da jornada física e espiritual. A Umbanda traz em seus fundamentos o culto e o respeito a essas forças geradoras de energia (Orixás), que se complementam para cumprir o equilíbrio de tudo e de todos. Quando se cultuam os Orixás, reverenciam-se também as forças elementares oriundas da água, da terra, do ar, do fogo etc, pois cada um representa uma força natural.

Ao falar de Axé, Natureza, Olorum, Cosmos, Terra (Aiye), Céu (Orun), destaca-se a energia Maior, o poderoso Orixá: Oxalá. É conhecido como o “Rei do Pano Branco”, o grande Orixá, o Orixá Maior dentro da Umbanda e do Candomblé, o responsável pela criação, por preencher o vazio. É cultuado como o senhor de todas as coisas e do universo, pois é ele que está na regência primordial da criação divina. É o princípio masculino potencial, aquele que preside os desígnios de Deus. Na natureza, Oxalá está presente em todos os locais limpos e puros, como praias desertas, colinas descampadas, campos, montanhas, entre outros. No sincretismo do Centro-Sul do país, é Jesus Cristo sem a cruz e com os braços abertos, e Nosso Senhor do Bonfim no Nordeste, especial mente na Bahia. Seu dia são todos, em especial a sexta-feira. Seus atributos são a fortaleza, a paciência, a maturidade, a sabedoria, o equilíbrio, a fartura, a riqueza, a força, o raciocínio pleno, o estabelecimento da ligação com a espiritualidade, a fé, a compreensão do “religare” com o Cristo interior, a manutenção da paz no ambiente e entre os seres criados, a busca pelo aprimoramento e a constante reflexão sobre aspectos da existência. Oxalá está no silêncio. Sua cor é a branca, síntese de todas as cores. Manifesta-se na Umbanda de duas formas: Oxalufã (Oxalá-Velho) e Oxaguiã (Oxalá-Jovem).

Oxalufã, velho e sábio, usa o Opaxorô, grande cajado de metal branco com três pratos, que representa a sua supremacia sobre os planos terreno e espiritual. O pássaro que está pousado na ponta do cajado é um mensageiro entre essas dimensões. Os pratos são para carregar e distribuir o alimento sagrado a todos os seres. Os pingentes, que estão presos aos pratos, simbolizam os presentes que foram ofertados a ele. O pano branco, chamado Alá, é usado para proteger todos os seres criados e para representar a separação entre a Terra e o Céu. Oxanguiã, manifestação jovem, guerreira, vigorosa, forte, astuta e nobre, usa a espada (sabre) e a mão de pilão, ambos feitos também em metal branco, além de Ofá (arco e flecha), Atori (vara) e o escudo. Oxaguian e Ogum possuem uma grande ligação. 

E agora, diante desse novo conhecimento, o quê fazer?! Como Oxalá é o irradiador da fé em nível multidimensional, que está na base de todas as qualidades divinas, é o Cristo interno e vivo. Então, cabe a nós ativar essa qualidade em nosso benefício. Isso ocorre quando fazemos uma oferenda, quando oramos, mas, principalmente, quando, no silêncio do recolhimento, limpamos e alimentamos com amor o mais valioso Congá: o nosso coração.