BRASIL: A INTOLERÂNCIA RELIGIOSA NO MOISACO DO MUNDO
Médium Karina FernandesTornam-se constantes atos de intolerância religiosa no Brasil e esse cenário perde sentido, cada vez mais, quando compreendemos que esses tristes atos desfavorecem a nossa oportunidade de aprimoramento moral e uma melhor qualidade de vida para o próprio planeta, enquanto espaço social. Caracteriza-se a intolerância religiosa como “um conjunto de ideologias e atitudes ofensivas a diferentes crenças e religiões. Em casos extremos esse tipo de intolerância torna-se uma perseguição1”. É possível entender que a intolerância religiosa ultrapassa os limites da crítica e da expressão de opinião. Definida como “um crime de ódio que fere a liberdade e a dignidade humana, a perseguição religiosa é de extrema gravidade e costuma ser caracterizada por ofensa, discriminação e até mesmo atos que atentem à vida de um determinado grupo que tem em comum certas crenças2”.
A diversidade é um atributo do próprio Planeta Terra e lidar com essa característica, aprendendo a conviver, parece um grande desafio. Atualmente, o Planeta é composto por mais de 7 bilhões de habitantes, distribuídos em cerca de 196 países. O Brasil é considerado o quinto país mais populoso do mundo3 e o país mais miscigenado do Planeta4. Isso quer dizer que, somos a nação que mais misturou diferentes culturas, construindo nossa própria identidade cultural: um mosaico do mundo. Nesse sentido, a convivência, no contexto da diversidade e das diferenças, é nosso exercício constante. Infelizmente, situações ofensivas referentes às crenças religiosas têm sido constantemente apresentadas nas mídias, sobretudo tratando-se de atos discriminatórios relacionados às religiões de matriz africana5.
A África é berço de nossa cultura, assim como o é a cultura dos índios, europeus e orientais. Todas são perceptíveis, em algum momento, em nossa forma ver o mundo e de nos expressarmos nele. A religiosidade é um direito e uma escolha que marca a nossa individualidade. No Brasil, a própria mistura cultural nos permite múltiplas opções e oportunidades de contato com diferentes linhas religiosas. Respeitar a individualidade humana, enfatizando a boa convivência com o próximo, parece ser uma estratégia para minimizar atos de intolerância de qualquer ordem. Para tanto, precisamos pensar além da intolerância religiosa.
Constantemente, ouço dos pretos velhos que “Não há religião certa. A religião certa é aquela que te torna uma pessoa melhor”. Portanto, para nós e para o mundo, o que podemos fazer de bem e o que nos torna melhores são elementos que toda religião pode promover, contribuindo para o nosso progresso espiritual e do Planeta, ao trabalhar pautada nas Leis de Jesus. Então, ultrapassando rótulos como “católico”, “protestante”, “judeu”, “mulçumano”, “budista”, “umbandista”, “ateu” e outros, exercitemos o respeito, a pacificidade, enfim, a tolerância ao tratarmos o outro. Para tanto, um rótulo genérico: IRMÃO, indivíduo único e livre por direito. Assim, podemos entender que os atos de ofensa e de discriminação, a qualquer pessoa que seja, demonstram o quanto precisamos aprimorar nossa capacidade de “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo, como a nós mesmos”, nossa principal missão.
1 e 2 http://www.guiadedireitos.org/index.php?option=com_content&view=article&id=1041&Itemid=263
3 http://pt.db-city.com/Pa%C3%ADs--N%C3%BAmero-de-habitantes
4 http://www.thecities.com.br/Brasil/Cultura/A_Cultura_Brasileira/
5 http://www.acaoeducativa.org.br/relacoesraciais/intolerancia-religiosa/