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O cheiro de mar chegou.

Desanuviou o que me aperreava.

Por alguns segundos, fui acometida por uma amnésia providencial. 

As ideias resolveram se aquietar para deixar a rainha do mar chegar.

Ou melhor, se mostrar.

Agradecida, fui envolvida em uma manta de água salgada.

Num passe de mágica, levou o que não mais me pertencia. 

Limpa, fui tomada pelos meus olhos de lince.

Enxerguei o invisível que tem me feito envergar.

Envergo, mas não quebro. É a força de Iemanjá. 

A mãe das águas mantém-se firme ao meu lado.

Meu amparo e meu afago, tem me ensinado a desenhar o meu legado. 

Fui disposta a fazer pedidos, mas o colo grandioso de mãe só me permitiu sentir o coração agradecido.

 

 

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