IABÁS - ARREDA HOMEM QUE AÍ VEM MULHER

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Na umbanda sagrada, a manifestação do Divino apresenta-se a partir da dupla polaridade de energias – masculina e feminina – que se desdobra em diversas emanações: os orixás. A metade feminina dentro dessa existência dual, energeticamente falando, é chamada de Iabás.

A palavra Iabá (Ayabá ou Yabá)significa Mãe Rainha, que carrega o poder da geração da vida. Os orixás mães da Umbanda são Iemanjá, Oxum, Iansã e Nanã. Elas representam a feminilidade e fecundidade, exercem o poder de criação, multiplicação e transformação.  Entendê-las profundamente é interpretar o surgimento da vida.

É interessante observar que o elemento água é comum a todas as Iabás. A água é o princípio da vida, transforma a terra e a faz fértil e produtora de frutos que alimentam o homem. Além de gerar a vida, a água também a preserva no ventre de sua mãe, durante a gestação.

O estado no qual esse elemento se apresenta na natureza caracteriza o temperamento de cada um dos orixás. A água em movimento de Iemanjá e Iansã, calma de Oxum ou enlameada de Nanã traz todas as energias e os benefícios necessários para a criação e evolução do ser.

Entre as Iabás, Iansã é bastante famosa em nosso país. Controla as tempestades que direcionam e movimentam o ser. Depois dos seus temporais, a atmosfera fica límpida, propiciando a mudança de pensamento e higienização mental. Dona de uma personalidade impulsiva e imprevisível, retira os seres da estagnação evolutiva e ajuda a encaminhá-los para o caminho correto. Rege o amor forte e o desejo incontido, é a dona da paixão e criadora desse sentimento mais profundo e ousado.

Oxum, dona dos rios e cachoeiras, superfícies aparentemente calmas, mas que abrigam fortes correntes. Ela é a força dos rios que correm sempre adiante, levando e distribuindo pelo mundo a água que mata a sede e os peixes que matam a fome. Deusa da fartura, favorece todas as manifestações de riqueza e prosperidade espiritual e material. É a orixá da concepção da vida, controla a fecundidade e a gestação. É vaidosa, doce e protetora. Mãe carinhosa das crianças, zela por elas desde o ventre até que adquiram a independência.

Iemanjá, senhora dos mares e oceanos, que, no seu movimento de fluxo e refluxo, limpa e energiza, promovendo o equilíbrio. É o mar que umidifica as terras. Protege a harmonia familiar, o lar, o casamento e o nascimento. É a sua força que ampara o momento do nascimento de um bebê. É a mãe madura que estimula o amor maternal, sem apego, fazendo com que seus filhos sejam cidadãos do mundo. Desperta a percepção de que todos podem gerar "vida" e de que são co-criadores com o Pai. Irradia criatividade, auxiliando na adaptação aos meios e ambientes diversos.

A mais experiente Iabá é Nanã, considerada a avó dos orixás, cuja sabedoria é inabalável. É a guardiã do saber ancestral. Essa orixá relembra o momento em que fomos criados espíritos. A água e a terra foram necessárias para a geração da vida, tendo a lama um simbolismo correspondente ao momento em que fomos "moldados" pelo Pai. Esse barro primordial representa a massa que se aglutina para formar os corpos físicos. Nanã é também o princípio do ser humano físico. Senhora da passagem desta vida para a outra, comanda o portal mágico, a passagem das dimensões. Orixá água-terra é capaz de trazer maleabilidade ao que está inflexível e decantar desequilíbrios emocionais. Ela desfaz o que está paralisado nos seres, decantando negativismos.

Essas quatro Senhoras Orixás auxiliam os seres em diferentes situações da vida. Quando alguém suplica pela vida, intervém Iemanjá, a geradora; quando solicita prosperidade e união “familiar”, intervém Oxum; quando necessita guerrear e pensar estratégias de luta, chama-se por Iansã; e quando a vida parece estar por um fio, a velha Nanã chega devagarzinho para tecer esperança de viver e revitalizar as forças, curar e defender de todas as enfermidades.

Iemanjá como geradora, Oxum como estabilizadora, Iansã como direcionadora e Nanã como transmutadora, esses orixás carregam o poder de conduzir a alma humana desde o seu princípio e a sua concepção até o seu retorno à vida espiritual.  Cada uma com sua característica marcante, mas todas energeticamente femininas em sua essência.

O colo e ensinamento dessas mamães direcionam a evolução dos seres. Essas divindades amparam e são fiéis protetoras, elas acalantam e proporcionam disposição para vencer cada etapa da evolução terrena.

Da mãe Oxum, deseje a sua grandeza, fecundidade e serenidade!

À mãe Nanã, entregue cabeça e emoção, do início ao fim do seu coração!

Para Iemanjá, confesse e rogue suas preces!

Por fim, à Iansã, suplique sua força e determinação para seguir...  

 

Referências

https://pt.wikipedia.org/wiki/Yabas

http://almaumbandista.blogspot.com.br/2010/11/yemanja-rainha-do-mar.html

http://umbandaeucurto.com/a-religiao/orixas/oxum-orixa-amor/

http://umbandaeucurto.com/a-religiao/orixas/nana-orixa-umbanda/

http://portalesdoceu.blogspot.com.br/2011/10/orixas-femininas-poderosas-iansa-nana.html

http://portalesdoceu.blogspot.com.br/2011/10/orixas-femininas-poderosas-iansa-nana.html

http://irmandadeumbandistaluzdearuanda.blogspot.com.br/2012/12/yabas.html

http://poesia-magia-orixas.comunidades.net/50-dezembro-mes-das-yabas-oferendas

 

http://www.semeadura.com/news/o-sagrado-feminino-na-umbanda-sagrada-asas-da-liberdade/