QUEM SOMOS? AONDE IREMOS?
Médium Danilo VidalPai, gravito em torno de Ti, como gravitam todas as coisas, Centro do Universo.
Pietro Ubaldi, na obra A Grande Síntese.
Narra uma tradição Iorubá que Olorum – O Pai de todos os Orixás – determinou que Oxalá criasse o mundo. O primogênito entre todos os Orixás fez surgir o espaço infinito. Porém, Exu, utilizando-se de um estratagema, foi encarregado de preencher o espaço recém-criado. As pessoas foram criadas posteriormente pelo próprio Oxalá. Embora existam variações dessa lenda, é intrigante perceber a semelhança entre ela e aquilo que a ciência preconiza sobre a criação do mundo. Por outro lado, segundo os espíritos Emmanuel e André Luiz, na obra Evolução em Dois Mundos, as emanações do pensamento Divino permeiam todo o Universo, com o seu infinito amor. É exatamente esse hausto amoroso que elabora e sustenta os corpos celestes, as galáxias e todos os seres vivos, além de manter o equilíbrio da sua criação por meio das forças dinâmicas extraídas da energia escura e da matéria escura. A primeira é responsável pela expansão do espaço entre as galáxias; a segunda, pela coesão dos corpos no interior das galáxias.
Na versão editada por Alan Kardec, em 1857, de O Livro dos Espíritos, os mentores invisíveis afirmam que o espaço entre os astros é preenchido pelo fluido cósmico universal. Além dos elementos material e fluídico, criou Deus o princípio inteligente do universo (questão 27). Após a sua criação, o espírito foi impulsionado numa aventura impressionante: sua própria evolução. E nesta busca, na qual suas qualidades psíquicas são desenvolvidas e testadas incessantemente, ele percebe que a sua ascensão depende não apenas de si, mas, sobretudo, das consequências que as suas atitudes tiverem sobre os demais companheiros dessa viagem. Se contribuir para a queda de qualquer um, retardará a sua jornada, por outro lado, evoluirá mais rapidamente ao ajudar um irmão a ascender para o próximo degrau. ASSIM É A LEI.
Contudo, amoroso e compassivo, o Criador não abandona seus filhos à própria sorte. Pelo contrário, encaminha regularmente outros filhos, mais experimentados e portadores de qualidades consideráveis, para servirem de guias aos retardatários. E então, à medida que o tempo passa e a sua inteligência cresce, o homem aprende a caminhar guiado por suas próprias convicções.
Um dia, após haver acumulado boa quantidade de experiências, fatalmente seu âmago, ansioso por reencontrar o Pai, formulará as seguintes perguntas: QUEM SOU? DE ONDE VIM? PARA ONDE VOU?
A primeira questão, caso pudesse ser respondida, convenientemente serviria de base para esclarecer as outras duas. Incapazes de conceituar quem somos, nos contentamos em saber apenas que somos filhos de Deus. Esta definição, ou qualquer outra no estágio em que nos encontramos, será sempre incompleta por nos faltar a sabedoria necessária.
A pergunta seguinte, de onde viemos, também assume enorme complexidade, exatamente por desconhecermos nossa origem. O fato de sabermos quem é o pai de alguém não nos diz exatamente quem é o filho.
Aonde iremos? A metafísica nos assevera que o objetivo da vida é nos tornamos capazes de vermos e entendermos o nosso criador, retornando aos seus braços amorosos. Na verdade, geograficamente, sempre estivemos mergulhados no Hálito Divino, imersos nele, como peixes mergulhados em imensurável oceano.
Mas só veremos e compreenderemos Deus quando nos tornamos capazes de atender-lhe a vontade suprema, sem questionar seus desígnios. Agora sabemos a senha para ingressarmos definitivamente no comboio evolutivo ao encontro do criador: CARIDADE!
A CARIDADE é o princípio elementar da Umbanda Sagrada. Segundo o caboclo Das Sete Encruzilhadas, “A Umbanda é a comunicação dos espíritos para a prática da caridade”. Naturalmente, ela obedece ao roteiro seguro estabelecido por Jesus: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”; “Eu Sou o Caminho a Verdade e a Vida”; “Ninguém irá ao Pai a não ser por meu intermédio”.