ORIXÁ DE CABEÇA

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Um dos assuntos que mais aguçam a curiosidade dos filhos de fé é “Orixá de Cabeça”. Alguns desejam essa informação na primeira gira da qual participam, antes mesmo de começar o seu desenvolvimento mediúnico, outros fazem cálculos por meio de fórmulas disponibilizadas na internet e ainda há aqueles que procuram outros terreiros para obter essa informação que julgam ser de suma importância.

Com o tempo, você perceberá que saber o seu orixá de cabeça não fará diferença na sua vida se você não souber o que fazer com essa informação. Além disso, existem questões mais úteis para o crescimento do indivíduo e que devem ser postas em primeiro plano, como, por exemplo, estudar e vivenciar a mediunidade, aprender o que é a verdadeira caridade e interiorizar as mensagens transmitidas pelo Cristo. Acima do conhecimento sobre o orixá de cabeça está o saber cristão que, especialmente na umbanda, nos ensina que somos todos feitos dos mesmos elementos, que somos iguais diante de Deus e que deveríamos conviver como iguais também. Alguns têm dons de afeto, outros dons de trabalho, outros, ainda, os dons do companheirismo e da coragem, entre tantas faces de Deus que são, para nós, forças de diferentes orixás.

Desse modo, costumamos dizer que todos os orixás atuam na vida das pessoas, mas que, geralmente, são três os que influenciam mais intensamente sua vida material e espiritual, a personalidade e a missão individual: orixá de cabeça, adjuntó e auxiliar. Esses três orixás se intercalam na coroa do médium, a depender da necessidade e do momento em questão1.

Podemos exemplificar assim: sou filha de Xangô (orixá de cabeça), Iansã (adjunto) e Oxum (auxiliar). Possuo o arquétipo de filho de Xangô, mas nos momentos em que eu estiver em desequilíbrio, a vibração Oxum poderá atuar com mais vigor, objetivando serenar-me ou estimular-me. Do mesmo modo, se entro num estado de inércia, não dispondo de energia para lidar com as adversidades, a força de Iansã será muito bem-vinda, fornecendo ânimo para o movimento necessário.

Além disso, o sexo do indivíduo não determina o seu orixá de cabeça, ou seja, mulheres e homens podem ser filhos de orixás culturalmente ditos como sendo masculinos ou femininos: há mulheres de Oxossi, bem como homens de Yemanjá.

É importante considerarmos que cada terreiro tem a sua maneira de abordar/divulgar o orixá de cabeça dos médiuns e não cabe a nós dizer qual delas é a melhor ou a correta. Na Umbanda praticada no ACVE, temos que somente o Pai de Santo, incorporado ou não, pode dar ou confirmar essa informação com segurança, pois ele é o responsável pela espiritualidade dos filhos de fé, é o zelador das nossas coroas.

Percebemos que tudo tem o seu ponto de maturação, ou seja, o tempo certo para acontecer. Há médiuns que trabalham há mais de 5 anos no terreiro e ainda não sabem quem são seus orixás de cabeça. Então, para aqueles que ainda não têm essa informação, não se preocupem com isso agora. Entenda primeiro quem é você, o que é orixá e de que forma você pode contribuir com a melhoria do mundo que lhe cerca. No tempo certo você sentirá quem são seus pais de cabeça e conseguirá administrar corretamente esse conhecimento.

Sem dúvidas, a melhor maneira de conhecer os orixás que atuam mais diretamente com você é a partir da análise de si mesmo, com o intento de se conhecer melhor, entender seus mecanismos interiores, qualidades, aptidões, valores, medos e inseguranças. Isso, aliado ao estudo esclarecedor e edificante, contribuirá na descoberta das energias da natureza com as quais somos afins. Depois? É só confirmar com o Pai Leopold e vivenciar a alegria de ser do santo.

Saravá!

1 Esse é o entendimento do ACVE.

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