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Em tempos de crescimento dos índices de violência, de disseminação do ódio e de propagação da intolerância aos povos e às religiões, precisamos recorrer a caminhos que nos lembrem que é possível sustentar valores e ações voltados para o respeito à dignidade humana.

Nessa direção, praticantes da umbanda que somos, vamos pensar no lugar da ação fraternal? Colocada como princípio desde as lutas políticas até as defesas religiosas, a fraternidade vai além da ideia de irmandade e da consanguinidade. Não está presente apenas entre os irmãos de sangue, mas também entre os que se aproximam como irmãos e sentem-se irmãos pelas circunstâncias da vida.

A fraternidade lembra-nos que vivemos em sociedade e que não estamos sós. Vivemos com as pessoas, por elas e para elas. Presente na declaração universal dos direitos humanos, a fraternidade convoca-nos a reconhecer que cada pessoa tem o direito de ser respeitada na sua singularidade, na sua história, na sua experiência, sem preconceitos ou julgamentos.

Pensando em nós, como umbandistas, fortalecemos, por meio do nosso trabalho, a corrente fraterna, na qual interagimos com os nossos irmãos de fé para emanar amor a todos que, independentemente de gênero, raça, cor e crenças, procuram a casa em busca de cuidado, de acolhimento, de um afago, de uma palavra amiga.

Assim, a fraternidade é uma via de mão dupla, que ocorre entre nós da corrente e na relação com os outros. É por meio da fraternidade que abandonamos rivalidades, toleramos a diversidade e sustentamos as vibrações positivas e de bondade.

Ao enxergarmos e sentirmos a força da nossa corrente e o seu papel de ajuda para com os outros que a buscam, reforçaremos a reciprocidade e o sentimento de pertencimento a ela e avocaremos a fraternidade como um caminho que nos une.

Ao valorizarmos os princípios do nosso coletivo sem deixar de fazer valer a singularidade de cada um de nós, alimentaremos o vínculo fraterno, de amor, empatia e devoção ao outro.

 

Se a fraternidade é um dos elementos que nos move, que o ato de “con-fraternizar” seja permanente no nosso terreiro, considerando-o como o verdadeiro sentido de querermos estar uns com os outros para a celebração, união e amor.